03/10/2023
Redes GPON e XGS-PON: Coexistência das Tecnologias e o Aproveitamento da Infraestrutura

Tatiane Figueiredo – Instrutora de Treinamentos

É indiscutível e já amplamente reconhecido que vivemos em uma era onde a demanda por serviços de vídeo sob demanda cresce continuamente, impulsionada pela prevalência de dispositivos móveis, como smartphones, tablets e laptops, acessando a rede de maneira concomitante. Adicionando a essa realidade, temos a Internet das Coisas (IoT), que, embora não seja uma novidade, continua a revolucionar nossos lares com inovações constantes. O cenário de aulas online e o trabalho remoto, já bem estabelecidos, demonstram o poder transformador da tecnologia em diminuir barreiras e aproximar pessoas. Nesse cenário, não surpreende que as redes de fibra óptica tenham experimentado um crescimento robusto no Brasil e no mundo, solidificando-se como a principal tecnologia em 2022, conforme destacado por uma pesquisa do site Teleco:

A expectativa para os próximos anos, além de presenciarmos a fibra óptica expandindo-se para regiões cada vez mais remotas, é o crescimento e intensificação da competição por velocidade. Em poucos anos, espera-se que o Brasil alcance uma velocidade média de banda larga fixa de 1Gbps no ambiente residencial.

Essa demanda impõe um significativo desafio para provedores e operadores de Internet, não só para atender às expectativas de seus clientes, mas também para fazer jus ao investimento financeiro despendido na construção da infraestrutura física, na compra de equipamentos e na capacitação de suas equipes técnicas.

Considerar a evolução da rede óptica GPON, de modo a preservar parte do investimento realizado e oferecer planos com capacidades mais amplas para seus clientes, alinhados ao ritmo acelerado do consumo de conteúdo, torna-se uma estratégia viável. Neste contexto de futuro iminente, a tecnologia XGS-PON emerge, oferecendo suporte para compartilhar a largura de banda no mesmo meio físico com taxas de 10Gbit/s, coexistindo harmoniosamente com a tecnologia GPON, já consolidada em inúmeros lares e empresas. Além disso, adotar essa abordagem facilita a transição dos clientes entre as tecnologias, minimizando interrupções e restringindo-se apenas ao tempo necessário para o provisionamento.

A coexistência entre as tecnologias ocorre pelo fato de operarem em comprimentos de onda de downstream, sentido da OLT para a ONU e de upstream, sentido da ONU para a OLT, em janelas distintas, como pode ser observado na sequência.

Quanto as características principais, observa-se:

Além claro, de ser necessário um cuidado especial com o orçamento de potência da rede PON, um dispositivo passivo tem ganhado relevância tanto para a coexistência, como na transição entre as tecnologias chamado de WDMr1. O qual é responsável por combinar na mesma fibra dois ou mais comprimentos de ondas distintos, comportando-se como um multiplexador/demultiplexador.

Há versões de uma – WDMr1 e quatro portas – WDMr4:

A sua aparência física e o seu desenho lógico lembram um Splitter, porém, a sua atuação não visa dividir e sim combinar. Ao adicioná-lo na rede de distribuição óptica passiva, como visualizado na imagem abaixo, será acrescentado ao orçamento de potência uma perda de aproximadamente 1dB, em ambas as tecnologias.

Com a sua inserção na topologia, as tecnologias GPON e XGS-PON, cada uma com o seu comprimento de onda respectivo, serão multiplexadas e propagadas através da mesma fibra pelo WDMr1, chegando até a ONU desejada, que será provisionada e atuará nos quesitos de velocidade de acordo com a sua característica, se GPON ou XGS-PON.

A ONU por sua vez, enviará o sinal de acordo com as suas características, que ao chegar no WDMr1, fará a demultiplexação, entregando-o na porta correta.

A definição de como ocorrerá o provisionamento do dispositivo instalado no cliente, dependerá da tecnologia presente na ONU, se GPON ou XGS-PON, bem como da OLT.

Várias topologias podem ser construídas visando a coexistência das tecnologias, permitindo que o provedor de Internet ou a operadora de telecomunicações alcance uma maior otimização dos seus recursos e consequentemente, melhore a qualidade dos serviços ofertados, alguns deles são:

 

1- GPON e XGS-PON em OLT distintas

2- GPON e XGS-PON na mesma OLT, sendo via porta híbrida ou exclusiva

No âmbito residencial, planos com velocidades maiores requerem upgrades nos dispositivos CPEs, muitas vezes, para tecnologias mais recentes, como por exemplo, o uso de roteadores wireless de modelo AX ou WiFi 6.

Os equipamentos presentes dentro dos lares, os utilizados pelo usuário final, também devem ser analisados pelo prestador do serviço, para que a experiência do usuário seja completa.

O XGS-PON é especialmente atrativo para atender clientes corporativos, permitindo a oferta de planos dedicados. Ele também pode ser utilizado para benefício direto, proporcionando a entrega de links para outras OLTs, conforme ilustrado a seguir.

Num ambiente em que a demanda por maiores velocidades e ampla cobertura cresce a passos largos, a Datacom surge como referência oferecendo um portfólio abrangente de soluções GPON e XGS-PON. Em destaque, apresentamos a nossa OLT XGS-PON DM4616: compacta, ela representa uma opção eficiente para aqueles que buscam migração e expansão sem a necessidade de grandes investimentos em equipamentos de grande porte.. Além dela, nosso portfólio se estende a dispositivos passivos, como WDMr1 e WDMr4, e a ONU em formato SFP, pensada especialmente para cenários corporativos.

À medida que o throughput nas redes de acesso aumenta, é vital considerar o reflexo direto que isso terá na capacidade do backbone. A Datacom, ciente desta inter-relação, disponibiliza equipamentos robustos para o transporte Ethernet em camada 2, camada 3 e MPLS. Dessa forma, garantimos não apenas a expansão, mas a sustentabilidade e resiliência de sua rede.

Nosso time técnico e comercial está à disposição para acompanhá-lo nesta jornada, assegurando excelência e progresso para o seu negócio.

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