18/10/2023
MC-LAG no DmOS: Alta Disponibilidade e Escalabilidade em Infraestruturas de Rede

Introdução

Com a recém-lançada versão 9.2 do DmOS, buscamos explorar e introduzir funcionalidades significativas para otimizar a performance e resiliência das redes. Uma das adições mais notáveis nesta atualização é o protocolo MC-LAG (Multi-Chassis Link Aggregation Group), que se destaca por oferecer alta disponibilidade e escalabilidade em infraestruturas de redes.

O MC-LAG foi concebido para atender demandas específicas das redes modernas. A sua padronização foi estabelecida pela norma IEEE 802.1AX-2014, também referenciada como IEEE 802.3ad, que descreve o Link Aggregation Control Protocol (LACP).

Neste artigo, daremos uma visão geral sobre o MC-LAG, discutindo seus aspectos centrais e vantagens. Além disso, diferenciaremos o MC-LAG de outras tecnologias de agregação de links, como o LACP e VSS. Ao final, mostraremos como configurar o protocolo no DmOS.

 

Definição e Funcionamento

MC-LAG é um protocolo que permite agrupar múltiplos chassis de switches ou roteadores em um único grupo lógico, proporcionando alta disponibilidade e resiliência à rede. Através da agregação de links, os dispositivos são interconectados por meio de links físicos redundantes, formando um grupo lógico. O tráfego é distribuído entre os chassis de forma transparente, garantindo a continuidade dos serviços mesmo em caso de falhas em um dos dispositivos.

 

Benefícios do MC-LAG:

  • Alta Disponibilidade: O MC-LAG oferece redundância de hardware, permitindo que os dispositivos continuem operando mesmo em caso de falhas. Com a detecção de falhas automatizada, o tráfego é redirecionado para os chassis operacionais, minimizando o tempo de inatividade.
  • Escalabilidade: Ao agrupar múltiplos chassis em um único grupo lógico, o MC-LAG facilita a adição de capacidade à rede, sem a necessidade de substituir ou reconfigurar toda a infraestrutura. Isso proporciona uma escalabilidade mais flexível e eficiente.
  • Balanceamento de Carga: A agregação de links no MC-LAG permite o balanceamento de carga entre os dispositivos, otimizando o uso dos recursos de rede e evitando gargalos em links individuais.
  • Requisitos de Hardware e Software: Para implementar o MC-LAG, é necessário utilizar switches ou roteadores compatíveis com o protocolo e que suportem recursos específicos, como a sincronização de estado entre os chassis, detecção e recuperação de falhas automatizadas.
  • Protocolos Envolvidos: O MC-LAG utiliza protocolos como o LACP (Link Aggregation Control Protocol) para formar a agregação de links lógicos entre os chassis. O LACP é responsável por estabelecer e manter a sincronização dos links, garantindo a integridade e a confiabilidade da agregação.

 

Desafios e Considerações Importantes: Ao projetar e implementar o MC-LAG, é crucial considerar alguns desafios e questões relevantes, tais como:

  • Configuração Adequada: É necessário definir cuidadosamente os parâmetros do MC-LAG, como o número de links físicos a serem agregados, a distribuição de tráfego entre os chassis e as prioridades de cada link.
  • Sincronização de Estado: Os dispositivos no MC-LAG precisam manter uma sincronização precisa do estado da rede, garantindo que as informações de roteamento e encaminhamento estejam consistentes em todos os chassis.
  • Gerenciamento e Monitoramento: A monitorização constante do MC-LAG é essencial para identificar possíveis falhas, analisar o desempenho e garantir que a rede esteja operando dentro dos parâmetros esperados.

 

Diferenças e Semelhanças em Relação a Outras Tecnologias:

O MC-LAG difere de outras tecnologias de agregação de links, como LACP e VSS, em diversos aspectos. Apesar de utilizar o LACP, este quando configurado sem o MC-LAG, é um protocolo que permite a agregação de links entre dois chassis, enquanto o MC-LAG agrega links entre múltiplos chassis. Por outro lado, o VSS é uma tecnologia específica da Cisco que virtualiza dois chassis em um único sistema lógico. Ambas as tecnologias visam aumentar a disponibilidade e a escalabilidade, mas cada uma tem suas características e requisitos distintos.

 

Casos de Uso Típicos:

O MC-LAG é amplamente utilizado em cenários de rede que exigem alta disponibilidade e escalabilidade. Alguns casos de uso típicos incluem:

  • Data Centers: O MC-LAG é empregado para garantir a continuidade dos serviços em ambientes críticos, onde qualquer tempo de inatividade pode resultar em prejuízos significativos.
  • Provedores de Serviços: O MC-LAG é utilizado em redes de provedores de serviços para oferecer conectividade confiável aos clientes e lidar com o tráfego de forma eficiente.
  • Ambientes Empresariais de Grande Porte: Empresas com redes complexas e distribuídas podem se beneficiar do MC-LAG para garantir a disponibilidade dos serviços e facilitar o dimensionamento da rede conforme a demanda cresce.

 

Configuração do MC-LAG no DmOS

Especificamente no contexto do DmOS versão 9.2, o MC-LAG é operacionalizado no modo Active/Standby. Nesta configuração, um dos PEs desempenha o papel ativo, encarregando-se do tráfego, enquanto o segundo PE permanece em standby, atuando como uma contingência para garantir a continuidade e a confiabilidade da rede.

O admin-key do LAG nos PEs e no CE deve ser o mesmo. Na configuração abaixo será utilizado o lag-1. O DmOS utiliza o valor do admin-key com o mesmo valor do ID do LAG.

Primeiramente iremos configurar as interfaces:

A configuração do lag-priority de menor índice vai definir qual será o PE active. Deve ser evitado o uso do mesmo valor de lag-priority nos dois PEs.

Conclusão:

O MC-LAG, como uma solução estratégica no universo das telecomunicações, emerge como resposta direta aos desafios modernos de redes, proporcionando não apenas alta disponibilidade, mas também eficiência inigualável e escalabilidade adaptativa. Sua implementação, quando realizada com precisão e baseada em uma compreensão clara de seus benefícios e nuances, conduz a uma infraestrutura robusta. Esta infraestrutura, por sua vez, está posicionada para enfrentar a crescente demanda por uma conectividade contínua, de alta qualidade, tornando-a uma escolha fundamental para organizações que buscam excelência em suas operações de rede.

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